sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Retrospectivas e Aspirações

Catrin Welz-Stein
      Estava pensando em um texto para postar aqui este mês. Considerando a época de fim de ano, festas e comemorações, e o momento propício para fazer uma retrospectiva do ano que passou e projeções para o futuro, me coloquei a pensar o que eu gostaria de escrever que pudesse representar e expressar de alguma maneira as sensações que tive ao começar a publicar e compartilhar algumas reflexões pessoais em um blog.
        O amadurecimento de algumas ideias e do gosto pela escrita, o aprofundar de certas questões e o despertar de uma atenção diferente ao mundo literário são algumas das coisas significativas que acredito terem sido propiciadas por essa experiência.
   Nesse período, algumas pessoas me perguntaram o que me motiva, questionaram sobre o processo de elaboração de um texto, o tempo dedicado, a criatividade, a inspiração. Por mais que para alguns possa parecer algo complexo, ao menos para mim é algo que simplesmente passa pela cabeça e parece pedir para ir pro papel (ou para a tela do computador).
    Muitas vezes são divagações, confusões ou meras reflexões que acabam virando texto justamente pela vontade de organizar as ideias e tentar entender a mim mesma. Em outros momentos são conclusões que parecem boas demais para guardar numa caixinha dentro de mim e que penso valer a pena compartilhar. 
     Tudo isso, na verdade, quase todo mundo faz diariamente nos encontros e conversas com os amigos, mas por gostar das palavras, do texto, de ler, um dia ficou uma pergunta: - Por que não aproveitar também esse canal que nos permite interagir de outra maneira com o mundo, ou vários mundos até mesmo desconhecidos?
     O texto publicado permite o acesso e a leitura de inúmeras pessoas que, mesmo desconhecidas e distantes, podem se interessar pelo que está sendo dito, com um alcance que vai além da presença física.
       Parar pra pensar nisso foi super instigante, porque nunca sabemos quem vai ler, e aí mora uma certa magia. Pode ser que as pessoas mais próximas nem se interessem, e ao mesmo tempo pessoas impensadas comentam sobre um tema abordado ou algo que foi escrito. É realmente uma experiência interessante!
        Recentemente li alguns textos antigos e percebi que em mais de uma vez eu divagava sobre a arte de escrever, de se expressar, de difundir ideias. No meio disso tudo estava explícita uma boa dose de gratidão de, em um mundo tão desigual e contraditório, ter tido a oportunidade de aprender a ler e escrever, compreender e interpretar o mundo, e, de alguma maneira, poder organizar e transformar isso em palavras.
        Em diversos momentos também estava presente o questionamentos de se um dia conseguiria produzir algo útil ou interessante, se já não havia gente demais escrevendo por aí.
     Por outro lado, sem muita pretensão, e com bastante humildade, havia a aspiração de poder transmitir algumas coisas para além do meu mundinho particular, usar minhas capacidades e habilidades e contribuir, ainda que minimamente, ao mundo que me cercava.
    Acho que por isso, com a motivação correta em mente, os medos e inseguranças acabaram inexoravelmente abrindo espaço à experimentação e à aventura de publicar alguns pensamentos.
       Refletindo sobre tudo isso e tentando evitar que o momento passasse batido, resolvi simplesmente colocar em palavras o que me foi ocorrendo. Disso surgiu algo parecido com um poema, palavras e versos livres que quando li ao final realmente parecem representar parte do que o ato de escrever representa para mim:

Desagua, 
No papel
o rio interior.
Emoção fluida,
pensamento transformado
em harmonia e poesia.

Desaba,
Chuva cai do céu.
Gotas de frescor
tocam sinfonia,
em folhas e flores
molham a terra da magia.

Palavras,
Brotam do coração,
Encontram a calmaria
o lago da alegria
da paz superior.

     Enfim, acho que é isso, o texto escrito, daquilo que é vivido, pensado e sentido, é uma maneira de desaguar no papel, se desfazer num momento, para logo em seguida se reconstruir em palavras que brotam espontaneamente para encontrar uma paz maior.
    Espero que aqueles que acessam esse modesto e iniciante blog tenham ao menos em algum momento se identificado e despertado algo bom e positivo durante esse período!
     Agradeço à atenção, aos comentários, incentivo, interesse e compartilhamentos.
     Fiquei muito contente com o resultado, algo realmente marcante para mim neste ano que passou, e espero poder dar continuidade com maior dedicação e frequência em 2015!
     E que todos possam encontrar o que lhes proporciona essa paz superior que eu, particulamente, descobri na escrita.

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