Você já parou
para perceber que o que vemos ou ouvimos é muito mais do que uma imagem ou um
som?
Há muito mais
do que papel e tinta ou notas musicais em uma foto ou uma música, por exemplo,
mas poucos param para pensar nas implicações dessa constatação.
Frequentemente,
quando algo toca nossos sentidos, fazemos inúmeras
associações e nos lembramos de alguém especial, algum momento que
vivemos, um dia, um encontro ou desencontro, e inúmeras outras coisas.
Uma lembrança
boa nos faz viajar no tempo, de repente voltamos com saudades a um passado que
já não existe mais. Às vezes aquele mesmo retrato ou aquela mesma canção que
outrora foram motivos de alegrias, risos e diversão, hoje podem despertar
mágoas, tristezas, saudades, ou até revolta. O contrário também pode acontecer,
e algo ruim com o tempo ficar mais ameno ou deixar de nos incomodar.
Há casos em
que uma foto de alguém que um dia amamos, ou uma música sensacional, que nos
fazia perder a cabeça e cantar feitos loucos ao ouvir tocar no rádio,
simplesmente perdem o encanto e a importância, vira passado, coisa velha, sem
mais efeito nenhum.
Não é incrível
como as coisas mudam com o passar do tempo? E quem diria que cabe tudo isso em
apenas uma imagem ou alguns arranjos e composições!
Alguém poderia
dizer que nada disso faz sentido, que todas essas associações são relativas, e
que não faz parte do conteúdo das fotos e das músicas em si. E isso realmente é
verdade, não há nada disso ali naqueles objetos. Esse é o aspecto vazio das coisas.
Por outro
lado, quem é que vai negar e dizer que nunca teve uma reação dessas? Quem vai
negar que realmente em cada imagem ou canção cabe tudo isso e muito mais?
Temos a
capacidade e possibilidade de dar o significado que quisermos ao que
experenciamos. Essa capacidade é o aspecto luminoso da nossa mente.
Estamos tão
acostumados a uma visão automatizada e mais ou menos estável das coisas, que
parece que elas têm um significado próprio, rígido, permanente e que independente
de nós, mas isso não é verdade.
Só porque
temos tendências e geralmente enxergamos de uma maneira, através de um filtro, de uma lente X,
não significa que essa seja a única forma possível. Ainda que pareça que somos
programados para não perceber que podemos resignificar e mudar a forma de ver ao
redor, nós temos sim essa liberdade de mudar os óculos que usamos sempre que quisermos.
Aliás, fazemos isso com frequência, só não nos damos conta.
Basta ver o que pensávamos de algo ou alguém há alguns anos, na infância, na
adolescência, após adultos, ou ainda mais maduros. Constantemente estamos
resignificando o que percebemos. Isso não quer dizer que as coisas necessariamente
mudaram, mas certamente, nós mudamos.
Esse é um
ponto intrigante sobre as coisas e o mundo, porque se pararmos para pensar, nós
vamos perceber que o mundo que vemos ao nosso redor é apenas o mundo que
reflete a nós mesmos, nossos conceitos e significações.
Como já
dizia Anaïs Nin:
“Não vemos as coisas como são: vemos as coisas como somos”.
E mais ou
menos é essa a ideia do blog, pensando sobre tudo isso, me inspirei na
experiência de várias pessoas que estão compartilhando coisas legais e
interessantes por aí, e que de alguma maneira refletiram positivamente no meu
mundo interno.
Espero que ao
compartilhar um pouco do que se passa nesse meu espelho, também encontre boas reflexões
e reflexos nos espelhos de vocês.
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